terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Juventude, Cultura e Projetos

A Conversa.com hoje é de Vanessa Stropp, jovem, da UJS e do CUCA. Ela se dedica à arte e cultura, que acho fundamental nos dias atuais (mais uma vez) para qualquer projeto transformador. Conheça esse trabalho e essa jovem. Mais uma vez, constate a força e potencial da juventude brasileira.

Vanessa por ela mesma…
Nasci paulista, na beira das águas salgadas de São Sebastião. Morei nas Gerais. Minas é importante na minha vida porque ali aprendi que me organizar em um coletivo seria essencial para conquistar as mudanças que desejava. Em Viçosa fiz a opção de me filiar ao Partido Comunista do Brasil, também fiz amigos de verdade, fui da gestão que reconstruiu a UEE e presidente do DCE da UFV. Tenho um carinho muito grande por Minas. Mas também tenho um coração pernambucano – ouvir o batuque de uma alfaia me enche os olhos. Sou brasileira. Morei na Bahia, voltei a São Paulo. E aqui passei a fazer parte do Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE, o CUCA – em São Paulo ele chama CUCA Gianfrancesco Guarnieri. Hoje sou coordenadora de Projetos do Instituto CUCA da UNE (mas agora o primeiro C é de Circuito, porque CUCA é Centro e Circuito) e estou na Direção Nacional da UJS pelo coletivo de cultura. Acho que sou um ponto de cultura.

Sobre cultura e juventude…
O CUCA da UNE é um projeto elaborado e construído por jovens. Desde que foi concebido em 2001, durante a 2ª Bienal da UNE, quando estudantes entenderam que entre o período de dois anos era preciso ter um projeto contínuo de cultura e arte nas universidades brasileiras. Pouco depois, começamos tecer uma rede por todas as regiões do país (no início, o projeto só existia em São Paulo). E aí vieram os Pontos de Cultura. Nesse momento acontece, na minha opinião, um “melhoramento genético”. Não perdemos nossa essência – a articulação da produção artística e cultural da universidade é até hoje central – mas o Programa Cultura Viva fez o CUCA incorporar em seu DNA o Ponto de Cultura, mostrando que as palavras escritas numa praça da USP estão certas: “no universo da cultura o centro está em toda parte”.

Assim, sem deixar a universidade, passamos a olhar e a nos relacionar com a produção que acontece fora dela. O que não é estranho: nossa mãe é a UNE, cuja história tem marcas que transcendem os portões das instituições de ensino superior. Além disso, vivemos em tempo de grande expansão do conhecimento, não é possível que exista apenas um método de formação, então buscamos outras formas de aprender. Enfim, o CUCA está sempre se recriando, misturando o velho com o novo, testando, provocando reações, é um laboratório de experiências. A cultura precisa estar livre de preconceitos. E a juventude, eu diria, não sofre com a dificuldade de absorver o diferente. Por isso acho que deu certo.


Sobre cultura e projetos…
“O empoderamento social dos Pontos de Cultura pode provocar transformações que vão muito além da cultura em um sentido estrito e desencadeia mudanças nos campos social, econômico, de poder e valores”. A frase é do Célio Turino e a postura é do povo. Assim é construído o Programa Cultura Viva, com trabalho – muito trabalho – emancipador, que busca a participação do sujeito na sociedade. O Ponto de Cultura é, portanto, um bom exemplo de novas formas e parâmetros de fazer política e de se relacionar com o Estado, porque faz com protagonismo social, chama para si a responsabilidade de conquistar mudanças.

Parte desse movimento é o CUCA da UNE, cujo projeto central leva o nome de Roda a Rede, é um Pontão de Cultura e seu objetivo é provocar a troca de saberes. Como? Realizando debates, oficinas e apresentações de Pontos de Cultura em espaços ditos eruditos, acadêmicos, ou seja, um chamado à sociedade para dentro da universidade, mostrando sua plena capacidade de pensar um projeto educacional voltado a um Brasil construído a muitas mãos.

Por fim, é bom lembrar que momentos de desenvolvimento, como é o que vivemos hoje, são momentos de grande efervescência cultural. O brasileiro do século XXI estuda mais, alimenta-se melhor, vive mais motivos para celebrar e participa mais. Dessa forma, constantemente, damos passos importantes para construção de um novo Brasil.

No mais é isso… fico muito contente pelo espaço dado ao CUCA. Aproveito para divulgar entre seus leitores o Blog do CUCA e a produção audiovisual armazenada na TV CUCA.

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