quarta-feira, 23 de junho de 2010

UNE de volta pra casa

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.260, DE 21 DE JUNHO DE 2010.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei trata do reconhecimento da responsabilidade do Estado brasileiro pela destruição da sede da União Nacional dos Estudantes - UNE e cria comissão destinada a estabelecer o valor e a forma da indenização decorrente da assunção desta responsabilidade.

Art. 2o O Estado brasileiro reconhece sua responsabilidade pela destruição, no ano de 1964, da sede da UNE, localizada na Praia do Flamengo, no 132, no Município do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, e, em razão desse reconhecimento, decide indenizá-la.

Art. 3o Fica criado, no âmbito do Poder Executivo federal, comissão para estabelecer o valor e a forma da indenização, composta por um representante, titular e suplente, dos seguintes órgãos:

I - Ministério da Justiça;

II - Secretaria-Geral da Presidência da República;

III - Ministério da Educação;

IV - Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;

V - Ministério da Fazenda; e

VI - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

§ 1o O Grupo de Trabalho será coordenado conjuntamente pelos representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência da República.

§ 2o Os membros da comissão serão indicados pelos titulares dos órgãos representados e designados em portaria conjunta dos Ministros de Estado da Justiça e Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

§ 3o 1 (um) representante da Câmara dos Deputados e 1 (um) representante do Senado Federal, designados pelo Presidente da respectiva Casa Legislativa, participarão das atividades da comissão.

§ 4o O prazo para a indicação de que trata o § 2o será de 10 (dez) dias, a contar da data de publicação desta Lei.

Art. 4o A comissão terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da sua instalação, para estabelecer o valor e a forma da indenização de que trata esta Lei.

Parágrafo único. O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão poderá ser prorrogado por até 30 (trinta) dias, mediante justificativa apresentada pelos coordenadores do colegiado aos Ministros de Estado da Justiça e Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Art. 5o O Ministério da Justiça prestará apoio técnico-administrati vo aos trabalhos da comissão.

Art. 6o A participação na comissão não ensejará remuneração e será considerada serviço público relevante.

Art. 7o A comissão deverá apresentar relatório final aos Ministros de Estado da Justiça e Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, que, no prazo de 30 (trinta) dias, manifestar-se-ã o sobre o seu acolhimento, em ato conjunto, determinando as providências necessárias ao seu cumprimento.

Art. 8o O valor da indenização a ser apurado pela comissão não poderá ultrapassar o limite de 6 (seis) vezes o valor de mercado do terreno localizado na Praia do Flamengo, no 132, Município do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro.

Art. 9o As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações consignadas no orçamento da União ou em seus créditos adicionais, observada a lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 10. Ao processo administrativo disposto nesta Lei aplica-se subsidiariamente a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 21 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Fernando Haddad
Luiz Soares Dulci
Paulo de Tarso Vannuchi

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Turnê do Teatro Oficina em Salvador

Com um projeto inédito e superlativo, o time de atuadores do Teatro Oficina chega a Salvador sob a direção de Zé Celso Martinez Corrêa para apresentar quatro peças que integram a turnê nacional do Dionisíacas em Viagem. O projeto tem apoio do Ministério da Cultura e manutenção da Cia Oficina pela Petrobras e envolve a realização de apresentações teatrais gratuitas, além do Festival “Das Bandas do Oficina”.

O primeiro espetáculo teatral a ser apresentado acontece no dia 25 de junho (sexta feira, 20h). Trata-se de Taniko, o Rito do Mar, baseado em peça de Zeami (1363 a 1443), dramaturgo e dançarino japonês criador do Teatro Nô. Numa recriação de Luis Antonio e José Celso Martinez Correa, esse rito foi transformado na primeira viagem dos imigrantes japoneses ao Brasil, oferecendo ao público um musical “nô bossa nova tranzênicu”. Taniko, o Rito do Mar cumpriu temporada em São Paulo em 2008, ano do centenário da imigração japonesa no Brasil, e é um espetáculo diferenciado na programação do Dionisíacas – tanto pela sua duração, de cerca de 1h30, quanto pela encenação, indicada ao público de todas as idades.



No dia 26/06 (sábado, 18h) será a vez de Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!, segunda parte da maxi série teatral sobre a vida e obra da atriz Cacilda Becker, aqui em início de carreira, interpretada por Anna Guilhermina. Escrita e dirigida por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, trata-se da mais recente obra da Cia Oficina – foi produzida no final de 2009 –, passeando pela história do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960, sob o ponto de vista de uma das maiores artistas brasileiras.


Já no dia 27/06 (domingo, 18h), o público poderá conferir Bacantes, de volta a Salvador depois de 14 anos desde a primeira encenação no MAM. A peça reconstitui o ritual de origem do Teatro em 25 cantos e cinco episódios. Com música composta por Zé Celso, a última tragédia grega conhecida – Bakxai (406 a.C.), de Eurípides –, é encenada como ópera de Carnaval para cantar o nascimento, morte e renascimento de Dionysios, Deus do Teatro. Uma das mais conhecidas – e polêmicas – obras do Teatro Oficina, Bacantes foi apresentada em 1996 com enorme sucesso na capital baiana, em sessões que até hoje são consideradas por artistas do grupo como algumas das mais instigantes da história da Cia.


As apresentações teatrais serão encerradas no dia 29/06 (segunda feira, 20h), com O Banquete. Criado e recriado por Sócrates, Platão e Zé Celso, numa Ode ao Amor, a montagem traz para a cena entidades míticas como Zeus, Hera, Eros, a deusa Embriaguez, Pênia, Jesus e Fidel Castro, reunidos numa festa promovida por um grande ator grego que acaba de encenar as Bacantes no Teatro de Estádio. A peça foi montada a convite do Festival de Zagreb, na Croácia, e em junho de 2009 iniciou temporada em São Paulo, também com enorme sucesso. A encenação marca a comemoração final das Dionisíacas e é seguida de uma grande festa com o público, ao som da Banda Tigre Dente de Sabre, cujos músicos acompanham a turnê.


Espetáculos teatrais

25/06 (sexta feira, 20h): Taniko, o Rito do Mar

26/06 (sábado, 18h): Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!!

27/06 (domingo, 18h): Bacantes

9/06 (segunda feira, 20h): O Banquete

Local: Teatro de Estádio (Escola de Dança da UFBA - Campus de Ondina)

Entrada: doação voluntária de 1kg de alimentos



Show “Das Bandas do Oficina”

Data: 21/06 às 20h

Local: Cabaré dos Novos – Teatro Vila Velha

Entrada: R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia)



Sobre o projeto


O projeto Dionisíacas em Viagem chega à capital baiana depois de estrear no final de maio em Brasília, com enorme sucesso – seguindo ainda para Recife, Belém do Pará, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Manaus, onde será apresentado na Arena do Centro Cultural dos Povos da Amazônia, com capacidade para 25 mil pessoas. Apesar de estar acostumado com turnês grandiosas – o Teatro Oficina esteve em Salvador em setembro de 2007 com os cinco espetáculos que compõe “Os Sertões” –, esta é a primeira vez que o grupo vivencia uma experiência dessa magnitude.

São 29 músicos e atores da companhia em cena, numa equipe que engloba mais de 100 pessoas em todo o Brasil. Somente O time que viaja na turnê (formado por técnicos, produtores e artistas) conta com 57 pessoas. Em cada cidade visitada, um teatro/instalação (chamado de Teatro de Estádio) com capacidade para 2 mil pessoas é construído, abrigando uma estrutura de duas toneladas de equipamento de som, 150 refletores, dez projetores de vídeo, 12 tendas de camarins e área de convivência para comidas e bebidas. O “Carronaval das Dionisíacas” é composto ainda por uma equipe de vídeo (responsável pelas gravações e projeções durante as peças) e outra de web, já que todos os espetáculos são transmitidos ao vivo pelo site www.teatroficina.com.br.

Com esta nova proposta, o Dionisíacas em Viagem espera atingir mais de 80 mil pessoas nos sete estados que visita a partir da proposta de um Teatro vivenciado como o Futebol, cercado pela multidão. O aquecimento do projeto aconteceu no primeiro semestre de 2010 na sede da Cia, em São Paulo, que se tornou pequena para receber as centenas de pessoas que se aglomeraram nas duas semanas de apresentações – com as mesmas peças que serão agora vividas em turnê. Durante as Dionisíacas em Viagem, a Cia registrará ainda todos os movimentos do “Carronaval” pelos Teatros de Estádio num diário de bordo, com depoimentos dos integrantes e imagens publicadas e atualizadas no site www.teatroficina.com.br . Está prevista também a transmissão via rádio e, com ambos, espera-se alcançar a marca de 1,5 mil internautas conectados em cada transmissão, também realizada com acesso gratuito. Esse diário começará dia 18 de junho, quando também terá início as Uzynas Uzonas, com os primeiros jogos se desenvolvendo na Escola de Dança da UFBA e na própria instalação do Teatro de Estádio.


Terreiro Eletrônico – Para o diretor Zé Celso, as quatro peças que serão apresentadas podem ser lidas como uma única obra, embora tenham sido construídas como espetáculos diferenciados. Com encadeamentos temáticos que fazem a ligação entre elas, a idéia é narrar/discutir/vivenciar Dionysios, o Deus do Teatro, desde o seu nascimento a sua celebração. Mas as semelhanças entre as peças incluem também recursos de linguagem cênica, que em Dionisíacas em Viagem vêm com um potente “terreiro eletrônico” . Todos os espetáculos são musicais (com banda ao vivo) e contam com um sofisticado equipamento de som, luz e vídeo, muitas vezes funcionando como mais uma personagem em cena. Essa vem sendo, inclusive, uma das principais buscas nas montagens da Cia Oficina, que se apóia na ciência e tecnologia para chegar ao “transe” em seus espetáculos.


Público Baiano
– “O fato do público baiano gostar de brincar e atuar, e, principalmente, de reconhecer a mitologia grega através dos cultos afro-brasileiros faz com que ele tenha uma compreensão muito maior da nossa encenação que em outros lugares”, comenta Zé Celso, que pretende conseguir nessa turnê o mesmo sucesso de público das visitas passadas a Salvador. Ele lembra que o ponta-pé inicial dessa celebração será dado no dia 21 de junho, às 20h, no Cabaré dos Novos, no Teatro Vila Velha, com o show “Das Bandas do Oficina”. A apresentação é uma iniciativa dos músicos/atores/cantores do grupo, apresentando um repertório autoral e diversificado que inclui samba, rock eletrônico, bossa nova e samba rock, além de canções interpretadas durante os espetáculos. E como se trata de uma iniciativa à parte do Dionisíacas em Viagem, o ingresso para o show custará R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia).



Mais informações sobre o Teatro Oficina:

www.teatroficina.com.br

http://www.youtube.com/tvuzyna

http://twitter.com/teatroficina

http://qik.com/teatroficina

http://www.facebook.com/uzyna.uzona

http://blog.teatroficina.com.br/

Oficinas gratuitas do Teatro Oficina em Salvador

Durante a turnê do Dionisíacas em Viagem, todos os 57 técnicos, produtores e artistas do Teatro Oficina (SP) envolvidos no projeto realizarão as Uzynas Uzonas, um novo conceito de oficinas, transformadas em vivências artísticas. O objetivo é intercambiar experiências, conhecimentos e sabedorias com os artistas de cada cidade, nas diversas áreas que fazem parte do jogo: direção e atuação, música, sonoplastia, iluminação, vídeo, arquitetura cênica e direção de arte, direção de cena, transmissão online e produção. Os atores que participarem da oficina de direção e atuação poderão ainda ser aproveitados nos coros dos quatro espetáculos encenados pela Cia Oficina em Salvador, entre os dias 25 e 28 de junho.


Em Salvador, as Uzynas Uzonas serão realizadas de 18 a 21 de junho, sempre das 14h às 18h, na Escola de Dança da UFBa. As inscrições já estão sendo feitas na sede da própria Escola de Dança, no campus de Ondina, até o dia 14 de junho, sempre das 14h às 18h. Mais informações podem ser conseguidas através do telefone (71) 3283-6576


Toda a experiência adquirida no processo das Uzynas Uzonas serão posteriormente utilizadas pelo núcleo da Universidade Antropófaga, projeto desenvolvido pelo Teatro Oficina que pretende criar no entorno de sua sede um local de educação e formação de jovens artistas. Enquanto isso não acontece (o julgamento do processo que definirá o destino a ser dado pelos terrenos que circundam o Teatro Oficina será realizado no dia 24 de junho, no Rio de Janeiro - http://blog.teatroficina.com.br/ ), o time do Teatro Oficina que permanece na sede em São Paulo realiza o jogo das Oficinas Uzynas do Movimento Bixigão. Sendo assim, curadores, produtores, psicólogo, pedagogo e arte educadores iniciam o Trabalho Novo, com a preparação de corpo, voz, ritmo, dramaturgia, ecologia e todas as Artes com jovens do bairro do Bixiga, em aulas gratuitas e que têm como super objetivo tornar-se o núcleo da Universidade Antropófaga.


Período: De 18 a 21 de junho de 2010, na Escola de Dança da UFBA, das 14h às 18h.


Inscrições: Até 14 de junho de 2010, das 14h às 18h, na Secretaria da Escola de Dança da UFBA (Campus de Ondina, tel: 71. 3283-6576).


Vagas: 40 vagas por oficina, sendo 10 vagas exclusivas para estudantes da Escola de Dança da UFBA.


Valor:
Gratuito



Maiores informações: http://teatroficina.uol.com.br/headlines/38

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aberta consulta pública para a reforma da Lei do direito Autoral

Acesse o texto em consulta pública: http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral



I. O QUE MUDA PARA O AUTOR


Maior controle da própria obra: o novo texto torna explícito o conceito de licença (autorização para uso sem transferência de titularidade). No caso dos contratos de edição, necessários para exploração comercial das obras, não serão admitidas cláusulas de cessão de direitos. A cessão de direitos terá de ser feita em contrato específico para isso.


Reconhecimento de autoria: arranjadores e orquestradores, na música, e diretores, roteiristas e compositores da trilha sonora original, nas obras audiovisuais, passam a ser reconhecidos de forma mais clara como autores das obras.


Obra encomendada: o criador poderá recobrar o direito em certos casos; terá garantia de participação em usos futuros não previstos; e poderá publicá-la em obras completas.


Prazo de proteção das obras: continua de 70 anos. Nas obras coletivas, será de 70 anos a partir de sua publicação.


Supervisão das entidades de gestão coletiva: associações de todas as categorias e o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de direitos de execução musical devem buscar eficiência operacional, por meio da redução dos custos administrativos e dos prazos de distribuição dos valores aos titulares de direitos; dar publicidade de todos os atos da instituição, particularmente os de arrecadação e distribuição. Elas terão ainda de manter atualizados e disponíveis o relatório anual de suas atividades; o balanço anual completo, com os valores globais recebidos e repassados; e o relatório anual de auditoria externa de suas contas.


Instância para resolução de conflitos: será criada uma instância voluntária de resolução de conflitos no âmbito do Ministério da Cultura. Hoje, conflitos relacionados aos direitos autorais só podem ser resolvidos na justiça comum.



II. O QUE MUDA PARA OS CIDADÃOS


Acesso à cultura e ao conhecimento: haverá novas permissões para uso de obras sem necessidade de pagamento ou autorização. Entre elas: para fins didáticos; cineclubes passam a ter permissão para exibirem filmes quando não haja cobrança de ingressos; adaptar e reproduzir, sem finalidade comercial, obras em formato acessível para pessoas com deficiência.


Reprodução de obra esgotada: está permitida a reprodução, sem finalidade comercial, das obras com a última publicação esgotada e também que não têm estoque disponível para venda.


Reprografia de livros: haverá incentivo para autores e editoras disponibilizarem suas obras para reprodução por serviços reprográficos comerciais, como as copiadoras das universidades. Cria-se para isso a exigência de que haja o licenciamento das obras com a garantia de pagamento de uma retribuição a autores e editores.


Cópias para usos privados: autorizadas as cópias para utilização individual e não comercial das obras. Por exemplo, as cópias de segurança (backup); as feitas para tornar o conteúdo perceptível em outro tipo de equipamento, isto é, para fins de portabilidade e interoperabilidade de arquivos digitais. Medidas tecnológicas de proteção (dispositivos que impedem cópias) não poderão bloquear esses atos.


Segurança para o patrimônio histórico e cultural: instituições que cuidam desse patrimônio poderão fazer reproduções necessárias à conservação, preservação e arquivamento de seu acervo e permitir o acesso a essas obras em suas redes internas de informática. Não se trata de colocar as obras disponíveis na internet para acesso livre.



III. O QUE MUDA PARA OS INVESTIDORES


Punição para quem paga jabá: o pagamento a rádios e televisões para que aumentem a execução de certas músicas será alvo de punição, caracterizada como infração à ordem econômica e ao direito de acesso à diversidade cultural.


Remuneração aos produtores de obras audiovisuais: produtores de obras audiovisuais passam a ter direito de remuneração pela exibição em cinemas e emissoras de televisões.


Permissão para explorar obras de acesso restrito: passam a ter a possibilidade de pedir uma autorização para comercializar obras que estejam inacessíveis ou com acesso restrito. Para isso, devem solicitar ao Estado a licença não voluntária da obra.


Estímulo a novos modelos de negócios no ambiente digital: prevê claramente direitos em redes digitais, definindo a modalidade de uso interativo de obras e a quem cabe sua titularidade. As mudanças no texto darão mais segurança para que os titulares se organizem para exercerem seus direitos e melhorarão a relação entre autores, usuários, consumidores e investidores. Dessa forma, essa revisão já coloca o funcionamento da economia digital no Brasil no rumo certo e prepara as bases para uma discussão mais ampla, que deverá ser feita nos próximos anos no mundo todo.



Fonte: Assessoria de Imprensa do Ministério da Cultura

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Abertas as inscrições para o Seminário de Políticas Públicas de Cultura

Programa


Módulo I - Cultura e Política Cultural

  1. Estado e cultura: panorama contemporâneo
  2. Política cultural: conceito e histórico
  3. As políticas culturais no Brasil e no exterior
  4. Políticas regionais de cultura no estado fluminense: O papel do Estado e panorama atual
  5. Legislação cultural

Ementa
Panorama do estado atual da implementação de políticas públicas pelo governo federal com foco especial nas ações integradoras nos níveis municipal, estadual e federal. Conceito de política pública de cultura. Histórico das ações do Estado no Brasil no campo da cultura, e alguns modelos internacionais. Legislação cultural.


Módulo II - Gestão Cultural e Patrimônio

  1. Planejamento e ação: Administração de instituições culturais
  2. Gerência de atividades culturais e gestão de patrimônio
  3. Patrimônio material e imaterial
  4. Turismo cultural
  5. Potencialidades da cultura no Rio de Janeiro
  6. Educação & Cultura
  7. Tensões culturais e especificidades regionais

Ementa
Modelos de gestão e sua aplicação em organizações culturais. O papel do gestor. Produção documental e acervos culturais. Estruturação e gerenciamento de eventos. Ações patrimoniais.Gestão de recursos.Diversidade cultural.


Módulo III – Produção, Comunicação e Economia

  1. Divulgação cultural
  2. Estratégias e alternativas de comunicação
  3. Economia da cultura
  4. Indicadores culturais

Ementa
Conceitos de comunicação e marketing com direcionamento específico para a área de produção cultural. Pesquisas e elaboração de diagnósticos de planos de marketing. Planejamento de ações de turismo cultural. Função social e econômica da cultura.


Módulo IV – Experiência e Sistemas Municipais de Cultura

  1. Especificidades municipais
  2. Práticas administrativas culturais
  3. A organização dos Sistemas Municipais de Cultura

Ementa
Montar um quadro das especificidades municipais com ênfase no interior. Apresentação de experiências. Adequação ao Sistema Nacional de Cultura.


Módulo V - Desenvolvimento de Monografia

1. Orientação e desenvolvimento dos trabalhos

2. Apresentação

Ementa
Orientação e acompanhamento de monografia, relativo aos módulos desenvolvidos, com ênfase num dos temas abordados ou elaboração de projeto cultural. Apresentação dos trabalhos.


Aulas encontros Quintas- feiras, 13 as 18h / Calendário

* Total de 25 encontros-aulas, 150 horas - Certificação com 75% de presença




INSCRIÇÕES ABERTAS (presencial, virtual ou postal)


1) COMCULTURA RJ - Comissão Estadual dos Gestores de Cultura

Rua Monnerat, 323 Bairro Catarcione / Nova Friburgo-RJ CEP 28.614.150

21 2601-4566 / 21 9810-4978 comcultura.rj@gmail.com /www.comcultura.com.br



2) UERJ SR3 DECULT

Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F, Sala T-126 /CEP 20550-013

Telefones 21 2334-0114 / 2334-0252



3) Secretaria Municipal de Cultura - Prefeitura Municipal de Cabo Frio

Rua Itajurú ,131-Centro/Cabo Frio (22) 2643-2784




Documentos para solicitação de Inscrição (Preenchimento de Ficha)

a)Carta de intenção do candidato

b)Currículo resumido

c)Declaração institucional apresentando candidato

d)Comprovante de escolaridade ( Ensino Médio ou Graduação)

e)Comprovante de depósito bancário

Taxa única de Inscrição: R$ 50,00 / Depósito Caixa Econômica Federal

Agência 0186 Conta Corrente 1384-3 (Pessoa Jurídica)

Favorecido Comissão Estadual dos Gestores de Cultura



CONFIRMAÇÃO DE EFETIVAÇÃO DE INSCRIÇÃO em 21 de Junho/2010



Maiores informações: www.comcultura.com.br

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Direito Autoral: o que você acha?

Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e Rede pela reforma da Lei de Direito Autoral realizam debate no Rio de Janeiro

Parte I – Contexto da regulação de direito autoral e conceitos básicos

14:00 - Arrecadação e distribuição de direitos – Alexandre Negreiros (SindiMusi)
14:30 – O que é direito autoral? – Denis Borges Barbosa
15:00 – Limitações e exceções – Marília Maciel (CTS/FGV)
15:30 – Debate
Parte II – Novas tecnologias, produção e acesso a conteúdo
16:00 - Novos modelos de negócio – Olívia Bandeira (Overmundo)
16:30 – Direito de acesso – Guilherme Varella (IDEC)
17:00 – Acesso ao conhecimento e domínio público – Carlos Affonso(CTS/FGV)
17:30 - Debate
18:00 – Encerramento: Cenário político e desafios atuais
Deputado Alessandro Molon (Deputado Estadual – RJ )
Deputado Chico Alencar (Deputado Federal – RJ)
Marília Maciel/Luiz Moncau (CTS/FGV)

As vagas são limitadas. Inscrições para o seminário devem ser feitas aqui: http://direitorio.fgv.br/inscricao-reforma-lei-direito-autoral


Evento: Seminário sobre a reforma da Lei de Direito Autoral

Local: Fundação Getulio Vargas - Praia de Botafogo, 190, 13 andar (Sala Luis Schuartz)

Data e horário: dia 09 de junho, das 14:00 às 19:00



Mais sobre a Reforma da Lei do Direito Autoral






quinta-feira, 3 de junho de 2010

Metalinguagem da transformação

A Cia. São Jorge de Variedades apresentou na sede da Cia. dos Atores no RJ, integrando a programação doFestival Tempo de teatro contemporâneo, que está acontecendo em diversos espaços culturais do Rio de Janeiro , o espetáculo "Quem Não Sabe Mais Quem é O Que é e Onde Está, Precisa se Mexer", baseado na Obra de Heiner Muller.Com direção da premiada diretora e nova expoente do teatro contemporâneo, Georgette Fadel, a peça traz um reflexão da forma de se fazer teatro na atualidade e também sobre o conteúdo de nossos tempos, representado pela informação,tecnologia e consumismo da geração da queda do Muro de Berlim, frustrada com a revolução.

A companhia conta na sinopse da peça que foi a partir dos estudos do dramaturgo Heiner Muller que surgiu o interesse em explorar o teatro de rua e outras formas de se fazer teatro como uma arma contra a domesticação da arte cênica. É justamente essa vontade de modificar, transformar as estruturas cênicas, que conduz a estética do espetáculo: fragmentação de textos e imagens, não-realismo, mistura de linguagens artísticas.

A encenação começa no espaço público, fazendo uma volta pela rua da Lapa, com o público seguindo os passos de Mariana G., que em uma esquina revela sua crise : " Não sou Hamlet, não represento mais nenhum papel. Minhas palavras já não me dizem mais nada. Os meus pensamentos sugam o sangue das imagens. O meu drama não se realiza mais." Pregando pequenos cartazes caseiros, pedindo ajuda aos transeuntes para segurar os pedaços de fita crepe que segurarão os cartazes por algum tempo nas paredes escolhidas:"Sou meu prisioneiro".Pendurado em no poste um dos atores da companhia segura uma faixa que contém frases do espetáculo. Uma dos aforismos expostos é "Aquele que não se mexe, não sente as grades que o aprisionam.", de Rosa Luxemburgo.

Em seguida, o público é conduzido a sede da Cia. dos Atores, onde se depara com uma “gaiola-apartamento” cheia de bugigangas e instrumentos. A direção de arte de Rogério Tarifa faz com que imaginemos um palco cheio de possibilidades, criado com recursos da art pop, da bricolagem. Placas, geladeira com cartazes e fotos de personalidades, cabide de livros, bateria, relógio bacia de alumínio para o samba que virá, jardim, roupas e papéis higiênicos como paredes. A TV colocada em cima da gaiola para o público vê ao vivo nos intervalos dos atos. Cenário dinâmico. A forma que revela o conteúdo.

Os atores muito bem dirigidos por Georgedette Fadel, dão um tom de uma interpretação irônica,brechtiniana, anti-realista. Marcelo Reis, Mariana Senne e Patrícia Gifford parecem falar de si mesmos,parecem dar os seus testemunhos críticos do mundo; se representam personagens parecem apenas contar histórias.Destaque para a interpretação de Mariana Senne que consegui durante o espetáculo oscilar entre personagens pesados e leves, sentimentos dramáticos e cômicos. O gesto, o corpo, a voz, a emoção revelam valores contraditórios de desilusão e esperança, da revolta e resignação. Os objetos viram instrumentos, os instrumentos viram objetos. Os atores parecem propor também um happening. O Público é indagado e recebe livros dos atores.

A direção musical de Luiz Gayotto dá o tom irônico e sutil do espetáculo. Destaque para o teclado colocado no fundo do palco que serve como campainha para entrada de personagens e também as intervenções musicais do trio de atores. O figurino de Foquinha é fragmentado, irônico e despojado seguindo a linha do espetáculo.
A direção de Georgedette Fadel é magistral. Ela coordena os elementos cênicos recortados, contraditórios. Mistura beleza e caos com harmonia entre teatro, artes visuais,dança , audiovisual e música. Imprimi um ritmo de cena ágil e enfático.Ao final do espetáculo, o público é levado em cortejo pra rua com uma cantoria e acaba num bar juntamente com os atores.

"Quem Não Sabe Mais Quem é O Que é e Onde Está, Precisa se Mexer", desnuda a maquinaria do teatro, questiona a sua função, questiona os valores vigentes, radicaliza as emoções. É político sem ser panfletário. É artístico sem ser apenas forma. Um bom exemplo do teatro paulista para a cena teatral carioca. O espetáculo é a transformação cênica que fala sobre a transformação e indaga a possibilidade de mudança.
Uma ótima referência para um bom teatro livre e contemporâneo.

Para saber mais sobre a Cia. São Jorge de Variedades acesse o site http://www.ciasaojorge.com.br/index.html

Assista ao video do espetáculo Quem Não Sabe Mais Quem é , O Que é e Onde Está, Precisa se Mexer da Cia. São Jorge de Variedades.


Espetáculo Quem Nao Sabe Mais Quem é , O Que é e Onde Esta, Precisa se Mexer, Cia. São Jorge de Variedades. from Carla Estefan on Vimeo.



Por Geovane Barone
ator, produtor, estudante de filosofia
Coordenador Geral do CUCA Rio

Publicado originalmente em http://cucario.blogspot.com/2010/05/metalinguagem-da-transformacao.html