terça-feira, 26 de outubro de 2010

Morreu... Agora Tuma

Romeu Tuma foi destaque na Edição do Cinejornal Especial do 51º Congresso da UNE. Assita TV CUCA



Reproduzimos e-mail de Alípio Freire:

segue abaixo um poema que constará do meu próximo livro "Rapsódia De Ordem Políticae Social".
Pretendia que permanecesse inédito até o lançamento do livro.

No entanto, com os últimos acontecimentos, decidi enviar para vocês.


Putabraço,
Alipio Freire

Numa noite de setembro de 1969
no Departamento Estadual de Ordem Política e Social – Deops
Sofia Edu e eu fomos levados para interrogatório e acareação
na sala do delegado Sérgio Paranhos Fleury.


Móveis escuros e pesados no estilo ‘renascença’
– pata-de-leão
Estofamentos de couro e tapete persa.


Na parede atrás da poltrona do delegado
num grande cartaz branco horizontal.
impresso em silkscreen com tinta preta
uma caveira e duas tíbias cruzadas
sublinhadas pela inscrição:
Scuderie Le Cocq
(nome fantasia dos esquadrões da morte).


2.

Estou seguro de que apenas o que depois se tornaria senador Romeu Tuma
(delegado chefe do Deops entre 1966 e 1983)
jamais se deu conta desse detalhe.


É compreensível
Certamente devia estar ocupado com coisas mais importantes.
Manter todos os equipamentos da casa atualizados e funcionando paraviabilizar confissões de
presos devia tomar muito do seu tempo.


Além – é óbvio – das freqüentes reuniões com a cúpula do regime
e de suas tarefas na área de formação de mão de obra especializada.


PS

É cansativo mas é verdade:

Os governos passam.
As polícias ficam.

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