sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gilberto Gil vence premiação sobre uso de tecnologias sociais

A escolha do cantor e compositor foi influenciada pela sua atuação como ministro da Cultura do governo Lula



O cantor Gilberto Gil se tornou o primeiro vencedor do prêmio Ricardo del Valle, promovido pelo programa das Cúpulas de Chefes de Estado e Governos Ibero-americanos para reconhecer o uso de tecnologias da informação e comunicação na cultura. A escolha do cantor foi influenciada pela atuação de Gil como ministro da Cultura do Governo Luis Inácio Lula da Silva de 2003 até 2008.

O nome de Gil foi anunciado nesta sexta-feira (30) após a decisão de um júri especial, formado por representantes da Secretaria-Geral Ibero-Americana. Esta foi a primeira edição do prêmio, criado no último mês de abril.

De acordo com o júri, Gilberto Gil foi o responsável pelo primeiro fórum de comunicação pública em Brasília, que buscava estabelecer os princípios básicos da televisão pública brasileira. Além de ser um grande cantor e compositor, Gil se revelou como "um filósofo capaz de compreender a cultura como um grande instrumento de desenvolvimento social".

O prêmio - uma homenagem ao espanhol Ricardo del Valle (1934-2008), um dos principais difusores de novas tecnologias da informação e comunicação -, será entregue durante a realização da 21º Cúpula Ibero-Americana, que acontecerá no dia 25 de outubro, no Paraguai.

Além de 10 mil euros, Gilberto Gil receberá uma escultura do artista equatoriano Oswaldo Guayasamín

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Reggae da União agita tenda do CUCA

Rua Vergueiro 2485. Este é o local que abrigou os estudantes brasileiros na maior parte do tempo em que estiveram sem seu endereço histórico, na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro. Este, destruído e incendiado pela ditadura, em 1964. Hoje, já devolvido à UNE e à UBES, aguarda a construção de uma obra de Oscar Niemeyer, que irá abrigar novamente a sede dos estudantes naquele terreno, antigo clube Germânia, doado às entidades por Getúlio, num gesto anti-fascista do presidente na década de 40.


Enquanto isso, a Vergueiro 2485 é desde o final da década de 70 o endereço das reuniões de estudantes de todo Brasil que acontecem diariamente. Universitários e secundaristas com os mais diversos sotaques transitam de uma casa para outra, que segundo eles constituem o condomínio das entidades estudantis. A todo tempo estudantes da grande São Paulo comparecem a fim de adquirir sua carteira de meia entrada. Outros procuram o departamento jurídico da UNE para esclarecimentos sobre seus direitos na universidade.

Neste caso, os diretores das entidades estudantis também prestam atendimento. Entre os que comparecem pela primeira vez, muitos são dirigentes de centros acadêmicos e líderes que se põem à disposição de resolver causas coletivas. Na rampa que divide o conjunto de casas que abriga sete entidades, sendo seis estudantis, avista-se ao fundo uma grande tenda. É o espaço Gianfrancesco Guarnieri, do CUCA - o Centro Universitário de Cultura e Arte.

Inquilina mais nova daquele endereço, a tenda do CUCA abriga desde 2007 grupos da cidade de São Paulo que realizam ensaios e apresentações culturais esporádicas. Neste final de semana acontece o Reggae da União, uma programação de reggae no coração da União dos Estudantes. O som ficará por conta de Moziah Projetct e a Banda SCut &Tha YaHman (SYM) e os convidados Nani (Raça Humana) e Pablo (D' Vião Roots). A entrada é gratuita, com início às 16h, com previsão de encerrar às 22h.

quando? sábado, 24 de setembro
onde? Tenda do CUCA - Rua Vergueiro, 2485, metrô Ana Rosa



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

16º CLAE

Com o tema - Por nossa América: Educação, Unidade e Liberdade, aconteceu em Montevidéu no Uruguay, o 16º Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes – CLAE.


Hoje existe um amplo debate acerca da America Latina, seja por questões econômicas, sociais, ou por suas marcas históricas de resistência a modelos culturais formatados. A possibilidade de nações diversas, mas com grande capacidade de superar suas contradições e propor novos modelos políticos, faz com que a participação popular favoreça uma integração latina americana em vários setores importantes para o desenvolvimento do nosso continente – o terreno da Cultura é fator elementar para o intercambio entre os povos.

Nos dias 10 a 15 de Agosto os estudantes lá reunidos apresentaram as mudanças que estão acontecendo nos últimos anos em seus países e propuseram uma nova perspectiva para o ensino superior, que atenda as demandas atuais e que consiga superar as contradições hoje existentes entre qualidade, ensino e gratuidade.

A delegação brasileira representada por cerca de 500 jovens levou além de alegria e descontração, toda a força de um país que hoje capitaneia nosso continente e que tem tido muitos avanços no ultimo período no que diz respeito ao acesso e investimentos na educação.

Uma forma de traduzir todo esse cenário é através da Cultura e da Arte de cada país que são sem duvida elementos agregadores e com condições reais de intervir no nosso cotidiano, mostrando assim novas possibilidades de se tornar parte integrante dessa nova América Latina.

O Instituto Circuito Universitário de Cultura e Arte – CUCA da UNE, acompanhou as principais mesas do evento e debateu junto ao demais estudantes do continente a importância de nação e de uma nova cultura para América Latina, que abandone a logica do sistema neoliberal e proponha países mais fortes e voltados para a construção de uma nova agenda, fazendo com que tenhamos cada vez mais iniciativas como a UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) e a UNILA (Universidade Federal da Integração Latino Americana), que demonstram um amadurecimento dessas relações.

Integrando duas mesas centrais do congresso, a 1ª com o tema: Politicas Publicas para Cultura – reivindicações de uma cultura e arte popular e a 2ª sobre O papel da cultura e da arte no movimento estudantil para formação do novo homem; chegamos a feliz constatação que o Brasil hoje é referencia em matéria de política Cultural ao lançar os Pontos de Cultura que traz protagonismo e empoderamento a uma nova rede social.

por Fellipe Redó e Rafael Buda

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Confira entrevista

A ferro e fogo aconteceu na cidade operária de Volta Redonda o 16º Congresso da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro. Para abrilhantar ainda mais o encontro o CUCA bateu um papo com o vocalista da Banda Nação Zumbi, Jorge du Peixe, que nos prestigiou com um super show na noite de sábado (25), bem em frente ao memorial Zumbi dos Palmares. Coincidência? Vejamos...


(CUCA) Durante todo de hoje aconteceram vários debates simultâneos e um deles foi sobre a reforma da Lei de Direito Autoral. Ficou latente a necessidade de uma reforma da LDA preparada para o século XXI pois temos novas formas de você trocar Cultura, a partir de novos elementos digitais, e que possibilitam novas formas de se manifestar. Isso tem impacto também no mercado e no reconhecimento do artista.


(Jorge) Cara, necessita também uma interação maior do Ministério da Cultura. A coisa está confusa, muito confusa. Isso é um assunto para ser abordado de forma muito mais ampla, um assunto muito minucioso. As obras que são feitas, são feitas por alguém e isso tem de ser levado em consideração também. Com relação a detalhes maiores e vínculos com órgãos que estão a um bom tempo ali e que são contra a reforma é complicado. Precisamos de uma abertura para se discutir tudo isso, as pessoas se interarem, o Ministério se inteirar mais, para termos um saldo positivo.

(CUCA) Tem existido várias redes sociais para discutir isso. A sociedade não esta parada e se existe alguma coisa que Gil construiu, e se tem alguma coisa que ficou, é o movimento. Essa vontade de se discutir. Pode não ter consolidado uma política mas existem movimentos que se articulam como o Mobiliza Cultura.


(Jorge) A televisão tem de discutir isso também, a TV ainda é um veículo de comunicação importante embora a internet tenha tomado conta disso.

(CUCA) Até no sentido também da internet se consolidar como veículo de comunicação. Até porque ela ainda é entendida como uma potência, mas quantos jovens brasileiros tem acesso a internet?

(Jorge) E quantos jovens passam horas na frente do computador assistindo muito lixo no PC? Se observar direitinho tem muitas bandas que surgem pela internet, tem uma reação muito boa com os fãs mas o que importa é o som. (…) O som é universal, a língua não impede isso. Já fui tocar em vários lugares, no leste Europeu, e a música fala por sí só. Hoje em dia a linguagem não tem barreira para esse tipo de coisa.


(CUCA) Agente está participando de um congresso e nos mobilizando para o 52º congresso da UNE HYPERLINK "http://www.une.org.br/"http://www.une.org.br/ que irá discutir vários assuntos e não somente arte. Que mensagem você poderia mandar para a galera que esta participando?

(Jorge) Eu vejo isso muito próximo ao pensamento Punk; “make yourself”, faça você mesmo; dos fanzines e dos que estudam uma consequência do que foi feito desse pensamento. Conhecemos a um tempo o Centro Cultural Francisco de Assis França HYPERLINK "http://ecfa.com.br/u"http://ecfa.com.br/ uma amostra do que é possível que pequenas ações vão crescendo, tomando corpo e fazendo as coisas andarem. Foi dessa forma que agente começou também e se espelha muito nessas coisas como se fosse um espelho retrovisor. Passou por isso, continua pensando e continua apoiando esse tipo de pensamento também. Faça você mesmo se você não sair do canto ninguém te tira não.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

I Mostra de vídeos brincantes

Será realizada no período de 17 a 20 de agosto na cidade do Crato-CE a I Mostra de Vídeo Brincantes. A intenção é reunir produções brasileiras, amadoras e profissionais em audiovisual sobre cultura popular. Um dos objetivos da Mostra é criar um acervo audiovisual sobre cultura popular para ser disponibilizado para pesquisa científica e como recurso didático para as escolas de ensino básico.


O evento consistirá de apresentação pública dos vídeos em telão que será montado no espaço aberto do Centro Cultural do Araripe, oficina de vídeo com Léo Dantas e Siqueira Jr. e central de reprodução de vídeos para o público, ou seja, os interessados poderão adquirir no local os vídeos que estarão sendo exibidos. Os grupos da cultura popular estarão sendo convidados tanto para assistir, como para receber cópias de vídeos e participar da “brincadeira”.

A iniciativa da Mostra é do Coletivo Camaradas e conta com a parceria da Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX, Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC, Secretária Municipal da Cultura do Crato e Sociedade Cariri das Artes.

As inscrições poderão ser realizadas até o dia 01 de agosto na sala da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri – URCA campus do Pimenta ou pelos Correios. (Ver o regulamento no link: http://coletivocamaradas.blogspot.com/2011/05/regulamento-da-i-mostra-de-video.html).

Os vídeos produzidos pelo Projeto de Extensão da URCA “No Terreiro dos Brincantes” serão apresentados durante o evento. O Projeto consiste em visitas aos terreiros da cultura popular da região do Cariri e produção de pequenos vídeos. Já foram produzidos quatro e estão sendo finalizados mais quatro.

Serviço:
I MOSTRA DE VÍDEOS BRINCANTES
Coletivo Camaradas
www.coletivocamaradas.blogspot.com
Informações adicionais falar com Alexandre Lucas
Email: alexandrelucas65@hotmail.com (88)9977.2082

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sob liderança de Jandira, Frente Parlamentar torna cultura estratégica para o desenvolvimento

A cultura neste momento dispõe de três mulheres no comando federal. Se no executivo temos uma presidenta e uma ministra, no Congresso é Jandira Feghali quem vai pautar a cultura como elemento estratégico para o desenvolvimento do país, no comando de uma frente que reúne cerca de 300 parlamentares.

Neste início de governo, o que parece é que Jandira surge como uma força legítima de continuidade das políticas do governo Lula. O que se viu até agora foi uma demonstração de ruptura por parte da ministra com o legado das políticas dos ex-ministros Gil e Juca, o que do ponto de vista programático, torna a gestão da ministra equivalente ao que seria se Dilma não tivesse ganho a eleição.

O Brasil assistiu ao primeiro capítulo de uma história protagonizada por Ana de Hollanda. A princípio, sua marca está sendo inverter os paradigmas adotados pelo último governo. Ana de Hollanda compreende a democratização priorizando o acesso aos bens produzidos e não aos meios de produção cultural. A democratização é as duas coisas em igual proporção. Não é correto desarticular as políticas e programas de cultura das normas de utilização dos recursos materiais e tecnológicos disponíveis na sociedade.

Estes temas devem readquirir importância no Congresso Nacional, uma vez que vimos a deputada Jandira Feghali assumir a presidência da Frente Parlamentar da Cultura embalada por uma série de iniciativas que visam a democratização da cultura e a dinamização de sua economia.

Jandira dá a largada com a missão de reunir a sociedade em torno de polêmicas que se arrastam há anos, como a da flexibilização da lei dos direitos autorais e sua atualização, de acordo com o modelo de distribuição de conteúdo nas plataformas virtuais dos dias de hoje. A lei atual é de 1998, e a respeito deste assunto, diz o site da deputada: "os tempos são modernos mas, as leis nem tanto".

Outro tema que deve mexer com o Congresso e sacudir os movimentos de cultura é o projeto de lei 757/11, que assegura a continuidade do programa Cultura Viva nos termos da lei, também de autoria da deputada.

Para ambas as incitavas, Jandira tem agendado uma série de audiências públicas, a fim de radicalizar o processo de participação popular em torno das pautas da cultura. Além disso, levará adiante o conteúdo gerado em conferências e Teias dos pontos de cultura. Afinal, foram estes espaços que nos últimos anos reuniram uma maciça participação de diversos setores, mobilizando milhões de pessoas ao longo de seus processos, em milhares de cidades do país. No caso da conferência de Cultura foram mais de três mil cidades participantes.

Este blog deseja aos parlamentares que integram esta frente, toda serenidade e espírito público na hora de discutir e votar essas matérias. E aos movimentos de cultura, desejamos que sigam em frente com o mais generoso espírito de unidade em torno das pautas, que por mais de oito anos iluminaram o caminho de muitos que ajudaram a fazer do Brasil de hoje, um país diferente.


quarta-feira, 30 de março de 2011

Preconceito se espalha pelas redes sociais

A repercussão da declaração do deputado Jair Bolsonaro, em resposta à Preta Gil, ao mesmo tempo que gerou protesto, disseminou uma corrente de preconceito nas redes sociais. Horas depois do episódio, redes como twitter explodiram em protestos. Por outro lado, escancarou-se a voz da reação. No orkut, uma comunidade denominada "Preta=promíscua" reuniu velhos seguidores do polêmico deputado. "Nós apoiamos o deputado Jair Bolsonaro", é a descrição da comunidade.

Uma característica chama atenção entre os seguidores do deputado, o fanatismo religioso. Alguns membros da comunidade levam nomes como Pastor Mytours, Pastor Alfredo, Irmã Vanessa, Pastor Paulo, Mulher Santa e Homem Santo. Essa rede inclui também um perfil denominado Pr. Alfredo Bonazza. Consta que às 3h 57 de hoje ele aderiu à comunidade Preta=promíscua e comenta: "Nós apoiamos o honrado deputado Jair Bolsonaro". Pastor Alfredo também pertence à comunidades como "condicional p/ estuprador", "contra o voto feminino", "eu tenho horror a pobre", "toda mulher é safada" e "eu espanco mulheres".


Intolerante, esse grupo participa da comunidade "Penetração Corretiva", que tem como alvo as lésbicas, redime o estupro e sua descrição diz: "Onde a mulher é tirada do caminho da perdição através do amor introduzido por um varão capacitado. A mulher outrora desviado do caminho natural, agora cumpre o seu divino papel de acolher o amor. Penetração corretiva, se bem feita, gera vida".


Navegando pela rede social é possível identificar verdadeiros crimes em comunidades como "Pela legalização do estupro" A descrição do perfil diz: "As ardilosas mulheres que se comportam como vítimas são as verdadeiras culpadas, pois agem de maneira duvidosa, usando jogos emocionais, atiçando e confundindo o homem, o que dá vazão ao seu desejo e comete o acto", e conclui, "sem criminalização não há crime".

O seguidor denominado Homem Sancto é dono de duas comunidades: "Caça esportiva" e "Lugar de preto é na cadeia". Em ambas, a foto do perfil é de um negro. Em outra comunidade chamada "injeção letal em animais", cuja foto também é de um negro, consta como moderadores Pastor Mythous e Homem Sancto.


Alguns destes perfis aparecem também em comunidades como "Maldita Princesa Isabel"e "Destruidor de Japonês". A comunidade "Piada de preto", com 296 membros tem como moderadores Dr. Carinhoso e Mulher Sancta.

O episódio do deputado contra Preta acendeu o ódio desses personagens nas redes sociais e eles não perdoaram nem mesmo os apresentadores do CQC. O tópico mais comentado do fórum da comunidade, com cerca de 40 comentários, descreve : "CQC - Comediantes Quase Comunistas, e destilam "Rafinha Bostas" disse: "O Bolsonaro é tão doido que o gabinete dele é todo acolchoado"; e o "Marcelinho Atrás" completa: "E ele fica lá no meio de camisa de força."

Bolsonaro está sendo julgado publicamente porque o caso foi exibido pela televisão aberta. Na internet continuam as graves manifestações racistas, machistas e homofóbicas. Isso não pode se confundir com o famigerado discurso de reduzir os direitos na internet. Pelo contrário. Ampliar os direitos na internet é ao mesmo tempo combater o preconceito e punir toda forma de discriminação.

Blog do CUCA

quinta-feira, 24 de março de 2011

Eleito o Conselho Consultivo

Frente Parlamentar da Cultura, do Congresso Nacional, um colegiado que reúne mais de 250 parlamentares, e por isso encontra-se entre as mais importantes do Congresso Nacional.

A frente parlamentar da cultura do congresso nacional escolheu seu conselho consultivo. O novo conselho, presidido por Jandira Feghali e que tem como vice-presidente o senador Cristovão Buarque, tem, segundo recentes declarações da deputada que hoje preside essa frente,
algumas pautas consideradas prioritárias.


Jandira é a deputada que no dia 16, ou seja, há pouco mais de uma semana publicou em seu Blog as prioridades do seu mandato e dentre elas consta: Aprovação do projeto lei 5798/2009, de autoria do executivo que regulamenta o Vale cultura, o Projeto nº 416/2005, que cria o Sistema Nacional de Cultura, de autoria do deputado Paulo Pimenta e a PEC 150/03 , que prevê a meta de 2% do Orçamento da União para Cultura.

Blog do CUCA

quarta-feira, 16 de março de 2011

Brasil no estandarte: Frevo é meu combate

A casa é ponto de encontro do carnaval de Olinda

A já tradicional Casa do Estudante era o ponto de encontro para quem desejava beber uma cerveja gelada, pegar um sombra (algo raro durante o carnaval pernambucano) e brincar o carnaval ao som do frevo. E foi de lá que saiu na segunda-feira de carnaval o bloco dos estudantes para percorrer o sobe e desce das ladeiras de Olinda ao som do Hino;

“ O Seu CUCA é da UNE e veio aqui pra agitar
em defesa da cultura, da cultura popular
O Seu CUCA é da UNE nossa força, nossa voz,
das ladeiras de Olinda, vem pra cá Seu CUCA é Nóis.”

Para a Presidente da União dos Estudantes de Pernambuco, Virgínia Barros (Vic), a Casa dos Estudantes merece atenção especial no calendário de gestão da UEP pois possibilita o encontro dos estudantes-foliões, a troca de idéias, além de ser fator mobilizador para os próximos desafios das entidades estudantis como é a jornada de lutas para a garantia dos 10% do PIB para a educação.

Rafael Buda, coordenador de mobilização e articulação do Instituto CUCA da UNE cita também que “a cada ano o bloco do CUCA está mais organizado. Nesse ano conseguimos garantir identidade própria com as camisas do bloco e algumas reuniões preparatórias com as entidades estudantis para se envolverem no processo. Não é à toa que todo ano recebemos em nossa casa pessoas de todo o Brasil que vêm brincar o carnaval conosco.”

A galera de Pernambuco está mesmo de parabéns. Ganhou a simpatia de paulistas, cariocas, baianos, gregos e troianos, para ao final do carnaval cantar em uníssono refrão na quarta-feira de cinzas “é de fazer chorar, quando o dia amanhece ouvindo o frevo acabar. Óh quarta-feira ingrata chega tão depressa, só pra contrariar” até o próximo carnaval chegar.

Do correspondente especial e testemunha ocular da história
Fellipe Redó ( HYPERLINK "mailto:felliperedo@gmail.com)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Contribuição para política de cultura

Por Célio Turino

Tenho acompanhado este debate em torno das políticas do MinC evitando declarações. Isto porque o tempo do governo da presidenta Dilma ainda é muito curto e qualquer entrada na discussão da parte de alguém que participou do governo Lula e não esta mais no governo pode ser mal interpretada. Todos sabemos que o comum no debate entre política e governo é reduzir opiniões e princípios a meros instrumentos de disputa de poder, por isso, em respeito ao momento e aos princípios do programa Cultura Viva tenho me mantido afastado do debate. Não que isto signifique omissão, muito pelo contrário, ou alheiamento ao debate (tenho procurado ler tudo que tem sido discutido no processo). Quanto às minhas opiniões, conceitos e princípios, julgo que já estão bem explicitadas em livro e artigos, tanto em relação às práticas quanto ao pensamento, afinal, como gestor público que também é escritor e pensador da cultura, sempre torno públicas minhas posições.

Isto esclarecido, gostaria de entrar no debate sobre alternativas de legislação na relação entre Estado-Sociedade (e sem que isto pressuponha nenhum juízo de valor em relação às posições da atual gestão no MinC).

SOBRE GESTÃO:
o modelo adotado no Cultura Viva é a Gestão Compartilhada e Transformadora. Este é um conceito e não meras palavras, ele pressupõe a prospecção de novas relações entre Estado-Sociedade e um novo tipo de Estado; o que exercitamos até aqui são pequenas brechas que devem ser ainda mais alargadas no processo de desenvolvimento desta relação. Recuperando o histórico do programa diria que a opção pela forma convênio aconteceu porque esta foi a única alternativa oferecida no momento (apresentada pela consultoria jurídica do MinC) e que se a opção fosse uma outra forma, talvez nem tivéssemos saído das intenções. De certa maneira, até para entender os limites desta modalidade, foi necessário que a enfrentássemos. E notem, houve mudanças no processo e em função de nossa atuação (as parcelas passaram de semestrais para anuais; o Ministério do Planejamento editou nova IN - instrução normativa - aceitando 15% de despesas administrativas; quando das redes municipais e estaduais a contrapartida por parte das entidades - 20% do convênio- foi eliminada). Tudo isso só foi possível graças ao enfrentamento da modalidade convênio. Também começamos a adotar a modalidade Prêmio (dezenas de prêmios e milhares de contemplados), não somente para Ações, como também para os próprios Pontos de Cultura (São Paulo adota esta modalidade nos 300 pontos da rede estadual e outros governos podem adotar a mesma solução - aqui atento ao fato que isto foi resultado de um ano e meio de negociação com o gov de sp e respectivos jurídicos e, pelo que tenho acompanhado, o governoerno do estado tem tido uma atuação de profundo respeito ao
acordado).

Com este breve histórico, quero mostrar que houve grandes evoluções na gestão do programa e hoje os problemas de prestação de contas e gestão de convênios reduzem-se a 20% do total dos Pontos de Cultura (exatamente aqueles que fizeram os convênios diretos com o MinC e em alguns governos de início). Não fazer este diagnóstico significa caminhar em um pântano em que todos se enredam num processo de não solução . Qual a solução para esses 20% (aproximadamente 600 Pontos)?

A anistia da prestação de contas contábil (admitindo-se retroativamente a apresentação de despesas administrativas conforme nova instrução do Min. Planejamento e pagamento de dirigentes de entidades desde que prestadas em atividade finalística e não de gestão da entidade - o que já permitido na IN e que só tem emperrado por falta de uniformização e entendimento da mesma) desde que o cumprimento do objeto seja comprovado (afinal, foi a própria entidade que disse o que iria fazer e não há motivos para que esta comprovação não aconteça em fotos, depoimentos e relatórios). Esta decisão é plenamente possível e muito usada (vejam exemplos com as dividas de ruralistas, quase todo ano sendo renegociadas e abonadas) e depende de decisão política para além do MinC.

Há outros problemas de gestão que podem ser solucionados de forma infralegal, por procedimentos internos:

- A secretaria responsável tem que ter estrutura funcional para realizar seu trabalho (entre 2004 e 2010 contatamos com um único gerente e 4 subgerentes para todas as funções - conveniamento, acompanhamento, fiscalização e controle - e uma quantidade mínima de funcionários. Não pode ser assim, há um princípio em gestão pública que deve ser seguido: ("quem seleciona não contrata, quem contrata não acompanha, quem fiscaliza não paga, quem paga não fiscaliza a prestação final"). Não pensem que não levantei este princípio diversas vezes em minhas reinvindicações por melhor estrutura funcional, mas não consegui este intento e nem é o caso de retomar os motivos. Quem sabe agora;

- O Fluxo antecede a estrutura. Este é um princípio filosófico (já devem ter ouvido isto em minhas conversas com os Pontos: Heráclito, Hegel, fenomenologia, etc) que praticamente definiu a construção teórica do Cultura Viva. É o dinamismo de um fluxo contínuo que permite a vida e ele deve acontecer em toda relação entre Sociedade e Estado. Quando o governo
interrompe o fluxo, não cumpre compromissos, atrasa pagamentos, muda formatos, ele quebra este processo. E neste caso, temos que admitir, o principal responsável pelo interrompimento do fluxo e descumprimento de contratos tem sido o própio governo, trazendo grandes transtornos às entidades conveniadas. Imaginem se essa quebra acontecesse no pagamento da dívida pública? Ou em um organismo vivo? Há o necrosamento, a gangrena.

SOBRE A SOLUÇÃO LEGAL:
Voces sabem que sempre defendi que a lei CULTURA VIVA fosse de iniciativa popular, tenho falado isso há anos. Infelizmente o movimento não revelou força, compreensão e até mesmo maturidade para elaborar esta lei. Paciência, vamos tentar recuperar as oportunidades perdidas e ir em frente. O modelo de lei voces podem ver na que foi apresentada na Argentina (Cultura Viva Comunitária) no final do ano passado e elaborada pelo próprio movimento cultural argentino com o nosso auxílio, e que começa a replicar em diversos paises. Esta lei garante o programa Cultura Viva e seus princípios básicos (autonomia, protagonismo, empoderamento, desenvolvimento em rede), por isso é necessária.

Porém, precisamos de mais uma lei, com abrangência para além do Cultura Viva. A LEI DA AUTONOMIA E PROTAGONISMO SOCIAL. Que lei é esta? Uma lei que coloque este processo de compartilhamento entre Estado e Sociedade em um marco diferente da 8.666, que é a lei geral de licitações e que foi pensada muito mais para a contratação e acompanhamento de compras e serviços pelo Estado, que são de natureza distinta das motivações para parcerias com organizações da sociedade. Pelo que tenho acompanhado, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) está incumbido desta função. É lá que vocês tem que negociar esta outra lei, mais que necessária (depois, se quiserem, posso escrever sobre como imaginei esta lei). Percebam que aqui os benefícios serão gerais, atendendo igualmente a coletivos ambientais, núcleos de educação popular, gestão participativa na saúde, etc. Neste caso eu diria que os Pontos de Cultura tem uma grande contribuição a prestar, pois, em razão da experiência que tivemos nestes 6 anos, talvez representem o que de mais avançado se construiu neste sentido.

Enfim, ainda há muito por fazer, mas muito já foi feito e sei que, com base em bons princípios e propósitos, construiremos um Estado de novo tipo, ampliado e baseado na relação de confiança e não do controle.

Bom movimento a tod@s


CÉLIO TURINO
gestor público, escritor e pensador sobre cultura

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Acesso Universal

O jornalista Luis Nassif, a deputada federal Manuela D’Ávila e o presidente da Telebrás, Rogério Santana, participam, em 26 de fevereiro, do debate “Internet: Acesso Universal e Liberdade da Rede”. O evento será promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, na sede do Sindicato dos Bancários.


O objetivo é discutir, em duas mesas, os principais desafios que o Brasil deve enfrentar para garantir uma internet rápida, barata e de qualidade para todos, com liberdade de expressão. A primeira mesa, “A Luta por uma Internet Livre e os Ataques Conservadores à Rede”, contará com os professores Sérgio Amadeu e Marcos Dantas, além de Nassif e Manuela.
Já a mesa da tarde, “O Plano Nacional de Banda Larga e a Luta pela Universalização da Internet no Brasil”, terá como debatedores Rogério Santana — que detalhará os planos da Telebrás para a área —, Percival Henrique (Anid) e Renata Mielli (Barão de Itararé).

“A internet tem sido um fator importante para promover maior diversidade e pluralidade na comunicação”, afirma Renata. “Lutar para que o acesso à rede seja universalizado, acabando com a exclusão digital, e defender a liberdade de expressão são bandeiras estratégicas de todos que lutam por uma comunicação e uma sociedade mais democráticas.”

Segundo a secretária-geral do Centro Barão de Itararé, “é preciso que as pessoas tomem conhecimento dos ataques que a internet está sofrendo e se mobilizem contra tais iniciativas, no Brasil e no mundo. Ao lado disso, é preciso exigir do Estado políticas públicas de acesso a internet — barata, de qualidade e para todos”.

O valor da inscrição para o debate é de R$ 20. Na ocasião, haverá o lançamento do gibi Eu Quero a Banda Larga, produzido pelo Barão de Itararé.

Por André Cintra

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Colaboração criativa

O Laboratório Cultura Viva é uma parceria da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) com a Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a produção de uma Revista Eletrônica para TV e de uma Plataforma on-line de Colaboração Criativa. Com essa ação multiplataforma Internet/TV o LabCulturaViva abre um espaço de troca, reflexão, experimentação e criação colaborativa audiovisual, além de ser um dos primeiros editores e servidores públicos de vídeos on-line.

O Laboratório Cultura Viva é também um espaço de Pesquisa e Realização Audiovisual, integrando a produção dos Pontos de Cultura e a pesquisa universitária. Fruto da experiência dos programas Mosaico, Cultura Ponto a Ponto e Ponto Brasil que visam fomentar a produção audiovisual no âmbito do Programa Cultura Viva.


Como espaços de troca e reflexão intelectual, de experimentação de interfaces e de criação audiovisual, o Laboratório terá uma plataforma de colaboração criativa na Internet e irá coordenar a produção de uma revista eletrônica para TV e experiências no campo da teledramaturgia, feitas pelos Pontos de Cultura, através de chamadas públicas.

O objetivo é promover uma maior interação entre agentes culturais, desenvolvedores, Pontos de Cultura, Universidade e Ministério, visando a potencialização da experimentação audiovisual frente às novas possibilidades de criação, colaboratividade, difusão e compartilhamento.

O Seminário INTERFACES DIGITAIS COLABORATIVAS - Linguagens e Experiências em Rede, realizado entre 7 e 9 de julho de 2010, foi o primeiro passo para o desenvolvimento do conceito, visualidade, navegação e funcionalidades dessa plataforma, com ferramentas para:

• Acompanhamento e supervisão dos projetos a serem produzidos pela rede de Pontos de Cultura e colaboradores do Laboratório Cultura Viva;

• Postagem de vídeos;

• Postagem de conteúdos em diversos formatos para difusão de agenda das atividades da Rede Cultura Viva;

• Difusão de conteúdo nas redes sociais, outras plataformas e dispositivos móveis.

Dia 22,
Horário: 14 h
Local: Auditório do CBPF, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro (Rua Lauro Muller, junto ao Campus da UFRJ).

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Correio Brasiliense repercute debate

O Ministério da Cultura tentou evitar o falatório, mas não teve jeito. Ao retirar do site da pasta o logotipo da licença Creative Commons, provocou uma reação na cena artística, gerou movimento internacional e revelou o desconhecimento da nova gestão da instituição e dos artistas brasileiros sobre o tema. Conhecida pela sigla cc, a Creative Commons é uma entidade norte-americana sem fins lucrativos. Financiada por doações, criou uma série de licenças padronizadas para direitos autorais. Está presente em mais de 40 países e, em alguns casos, precisou ser adaptada às leis locais de direitos do autor. O cc é fruto da era da informação. Com a internet e a circulação livre de conteúdos ficou difícil para criadores se limitarem à proibição generalizada de reprodução de obras e as licenças padronizadas são uma forma de proibir determinados usos e liberar outros.

Como a ministra Ana de Hollanda não conhecia bem o tema, decidiu retirar do site do ministério a licença cc adotada pela gestão anterior, que, sob comando de Juca Ferreira, trouxe para os quadros técnicos do MinC as discussões mais atuais sobre a cultura digital. Em nota, Ana de Hollanda alegou que a lei brasileira era suficiente para proteger o conteúdo do site, que agora estampa a frase: “O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte”.

A atitude, combinada com o bloqueio do envio da reforma da Lei de Direitos Autorais ao Congresso, despertou artistas e ativistas da cultura digital. Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura e primeiro compositor brasileiro a disponibilizar suas músicas com licenças cc, chamou a iniciativa de “particularismo” em entrevista concedida ao Estado de S. Paulo e o antropólogo Hermano Vianna encara como “açodamento” e defende o cc em artigo publicado no Globo.

De acordo com Carlos Affonso Pereira, vice-coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas, que representa a Creative Commons no Brasil, a atitude pode ser um sinal de como o MinC vai tratar a cultura digital na gestão de Ana de Hollanda. Já a ministra prefere não emitir opiniões sobre o tema. “Para um início de governo, a retirada do cc do site do MinC nos parece um indicador negativo sobre a importância que deveria ter a cultura digital nos anos vindouros”, diz Pereira. “O ministério foi reconhecido pelo seu trabalho com cultura digital tendo notoriedade e impacto. A preocupação é que o novo MinC não faça uma verdadeira ruptura com a administração passada porque nos parece que o governo Dilma teria experiências de avanço na cultura digital que precisavam ser mantidas.”

Confusão na música
É na música que o cc faz mais barulho. Músicos e compositores mais velhos enxergam as licenças com desconfiança e acreditam que elas são fruto de uma tentativa de apropriação do trabalho alheio por multinacionais norte-americanas. “Quem está por trás do cc? É o Google, o George Soros, que é o grande investidor? Não há assembleia de acionistas, não há necessidade de lucro. Que interesse benemerente os caras têm ao mexer com o patrimônio do autor se não for para usar esse conteúdo de forma graciosa nas armadilhas que eles conseguirem armar? Se você for usar para textos e outras aplicações, é prático e eficiente. Não sou completamente contra, mas quando entra na música ele se torna uma ameaça terrível”, acredita o compositor Rênio Quintas. “O músico desinformado, garotos que na impetuosidade da juventude não percebem que vão ficar velhos e vão precisar de um patrimônio, estão entregando as obras deles.”

O Google é um dos financiadores da ONG, mas não o único. Entre os doadores estão a Nike, a Best Buy, a Câmara de Comércio de Milão e a Universidade de Duke. Gerações mais novas encaram as licenças como uma forma de colocar em prática a própria criação. Guilherme Guizado Mendonça disponibilizou todos os canais do disco Punx, lançado em 2008, para download gratuito com objetivo de facilitar a remixagem para outros músicos e DJs. “Sou totalmente a favor da liberdade e da criatividade, quanto mais licenças melhor, aumentam nossas opções em relação à proteção de nossos direitos. Ainda mais nos dias de hoje em que a popularização da tecnologia cria de forma acessível novas formas de produção e compartilhamento”, diz Guizado.

Campanha na rede
A retirada do logotipo da página oficial do MinC colocou o tema entre os tópicos mais comentados do Twitter e gerou o movimento I’m MinCC, em defesa dos cc e em circulação no site Cultura Digital. Os internatuas podem se manifestar e comentar os textos postados por especialistas na área. Em um dos comentários, o compositor Danilo Caymmi comemora a iniciativa do ministério. “Não se justifica que o site de um órgão público, como o Ministério da Cultura, abrigue e promova uma organização privada internacional (Creative Commons) com o dinheiro do contribuinte”, escreve Caymmi. “Criar não é crime, como desejam os DJs do falso progresso subsidiado, esquecendo que atrás de qualquer manifestação artística existem famílias que dependem de seus direitos autorais, garantidos pela Constituição brasileira.”

A dramaturga baiana Ana Franco também desconfia das licenças. “Também não quero que toquem nos meus direitos autorais. Quero que fique do jeito que está”, avisa. Para ela, o cc é “coisa” de empresários interessados em lucrar com a arte de forma geral e, especialmente, com a música. Já Bia Medeiros, criadora do coletivo Corpos Informáticos e professora do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), é a favor da “copiagem” e ficou intrigada com a atitude do MinC. No ano passado, o grupo ganhou verba do edital Cultura e Pensamento, realizado pelo próprio ministério. Uma das condições do edital era a liberação para circulação on-line do conteúdo do seminário proposto pelo Corpos. Na época, tal liberação estava sujeita à licença cc. Bia não sabe mais quais são as condições atuais. “Espero que eles liberem. É no mínimo contraditório, dicotômico”, diz a artista.

Também artista plástico, Gê Orthof é um utilizador frequente do cc. Já liberou vários trabalhos e chegou a produzir outros com ajuda das licenças. “Liberei para que as pessoas fossem alterando o trabalho para ver o que acontece. Para quem está interessado em trabalhar em colaboração é uma oportunidade superbacana”, garante. “Você pode escolher como você quer compartilhar e de que forma.”

O que é?

A confusão entre liberação total e Creative Commons é comum, mas irreal. O cc é um conjunto de licenças que disponibilize ao usuário combinar o aproveitamento que ele deseja para suas criações. O sistema permite que se autorize a reprodução da obra com determinados fins e se proíba para outros. A lei brasileira de direito autoral, datada de 1998, não previa as possibilidades oferecidas pela internet, por isso o cc ganhou espaço como alternativa. Com a Creative Commons, por exemplo, é possível autorizar um músico a utilizar criações alheias para compor novas obras e, ao mesmo tempo, proibir a reprodução para fins comerciais. Ou liberar a reprodução e alteração de um trabalho de artes plásticas com a condição de o usuário sempre adicionar um link para a obra original. Ou ainda liberar totalmente a obra desde que o outro também faça uso de licenças.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UNE Canta Brasil

Dia 21 de janeiro, às 19h, no Teatro de Arena - RJ

Premiado pelo edital Interações Estéticas do Ministério da Cultura, através da FUNARTE, o espetáculo UNE Canta Brasil é uma iniciativa do CUCA da UNE em parceria com o Instituto Tá na Rua.

O musical, que está sendo dirigido por Alexandre Santini e tem estréia marcada para o dia 21 de janeiro, no Teatro de Arena é um teatro-documentário que narra a trajetória de formação da sociedade brasileira nas suas matizes cultural e política.

Com um repertório que destaca os grandes sucessos da era do rádio e da televisão no Brasil do século XX, o espetáculo leva ao palco a música e a dramaturgia numa narrativa documental, que não dispensa o humor, a sátira, a crítica social e o encanto dos momentos que inspiraram o povo brasileiro e que revelaram importantes personagens da política, das artes e do saber popular.

Da vibrante Semana de Arte Moderna à era digital, o musical percorre o caminho de várias gerações, cujo destino reservou a missão de construir, a partir da década de 30 o sentido de unidade nacional no Brasil, passando por reveses de regimes ditatoriais enfrentados afinco por personagens vivos, tanto no imaginário quanto na vida social de um país cheio de entusiasmo como o Brasil dos dias atuais.

O elenco reúne atores, cantores, músicos e bailarinos de diversas partes do país, e que há mais de três meses vivem intensa rotina de ensaios.

O espetáculo estréia durante a programação da 7ª Bienal de Cultura da UNE e faz parte do calendário comemorativo dos 50 anos do Centro Popular de Cultura da UNE - CPC.


DIREÇÃO E DRAMATURGIA
Alexandre Santini



DIREÇÃO MUSICAL
Ricardo Pavão



ELENCO
Aline Arteira / Barbara Castro












Chico Thiago / Daniel Galvão












Diana Iliescu / Geseni Rosa












Godo / Juliana Alves














Karla da Silva / Paulo Rafael Pizarro











Rafaela Prestes / Thiago Pondé












MÚSICOS
Bida Nascimento / Ives Awaret











Bruno Coelho / Sérgio Meireles












Silas Giron / Tuta














Chico Julião



DIREÇÃO DE IMAGEM
Alessandra Stropp



PRODUÇÃO
Nathália Pimenta / Vanessa Stropp
Diana Iliescu















CÂMERA E EDIÇÃO
Rafael Gomes



SOM
Ligeiro / Antônio Luís












LUZ
Tabatta Martins


ASSISTENTE DE DIREÇÃO
Barbara Castro

ASSISTENTE DE DIREÇÃO MUSICAL
Thiago Pondé

ARRANJOS / REGÊNCIA
Bida Nascimento

FIGURINO
Fabíola Trinca

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Daniel Figueiredo



PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
Miguel Campelo / MC Durango Kid















Francisco Couto



Assista TV CUCA

Desde os primeiros ensaios, a TV CUCA esteve presente documentando cada passo da construção deste, que será um memorável encontro da UNE com artistas da atualidade. Para a TV CUCA, celebrar os 50 anos do CPC em conjunto com artistas de várias gerações é também a oportunidade de construir a memória da nossa época, de modo a eternizar a obra dos guardiões da nossa cultura e do lutadores do nosso tempo.