quarta-feira, 11 de junho de 2008

Em São Paulo, maioria já consumiu CDs e DVDs piratas

A maioria dos adultos paulistanos admite já ter consumido CDs e filmes piratas. Segundo o Datafolha, 68% dizem ter comprado CDs de música piratas, enquanto 64% afirmam que adquiriram filmes piratas.
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O consumo regular de produtos audiovisuais ilegais, no entanto, é afirmado por um número menor da população - 44% dizem que costumam comprar álbuns musicais piratas, e 43% se definem como consumidores de DVDs piratas. ''Esses números, para mim, são um alento'', diz Antonio Borges, diretor-executivo da Associação Anti-Pirataria Cinema e Música (APCM).
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O ''alento'' é que os índices apontados pelo instituto Datafolha ''não fogem muito'', segundo Borges, aos números de que a associação dispõe, mas são ligeiramente menores. ''O volume de apreensões (de produtos ilegais no mercado informal) cresceu muito no último ano, mas não esperava que esse número (de consumo de produtos piratas) começasse a cair. Não sei se é resultado da repressão ou da conscientização'', diz Borges, delegado da Polícia Federal aposentado.
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A APCM foi criada no ano passado, quando os setores de música e cinema decidiram unir esforços no combate à pirataria, que atinge ambas as indústrias. A MPA (Motion Picture Association), que reúne os maiores estúdios de cinema norte-americanos, calcula que deixou de ganhar US$ 198 milhões (R$ 322 milhões) no Brasil em 2006, por causa da pirataria - o que corresponderia a uma perda de 22% do mercado potencial para exploração de filmes no cinema e em vídeo.
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Borges se diz ''surpreso'' com o fato de o consumo de CDs piratas superar o de DVDs no resultado da pesquisa Datafolha. Segundo ele, nas mais recentes apreensões de produtos piratas feitas pela polícia e acompanhadas pela APCM, quase 70% dos itens eram DVDs. ''A música hoje está sendo mais pirateada pela internet'', acredita.
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O Datafolha também mediu o hábito dos paulistanos de baixar músicas e filmes no computador, mas sem especificar se os downloads eram legais ou ilegais. A pergunta feita aos entrevistados foi: ''Quando você acessa a internet, você costuma: baixar músicas? Baixar vídeos ou filmes?''. Os que costumam baixar música são 42%, e os que têm hábito de baixar filmes e vídeos, 21%. O índice dos que dizem não acessar a internet é de 44%.
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Classes A e B
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Os 598 entrevistados pelo Datafolha (entre 8/5 e 10/5 passados) têm idade a partir de 16 anos. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos. Entre os internautas, a maior concentração dos que baixam arquivos de música e filmes pertence às classes A e B, têm nível médio de escolaridade, trabalham, são solteiros e sem filhos.
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O jovem com tempo (sem filhos) e dinheiro é o maior consumidor cultural. Os dados indicam que os segmentos da população que mais consomem produtos piratas pertencem às classes A e B, têm entre 16 e 24 anos e são economicamente ativos (ou trabalham ou estão procurando emprego).
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A concentração de consumidores de pirataria nas classes A e B ''não é novidade'' para a APCM, segundo seu diretor-geral. Por isso, Borges acredita que a ênfase na repressão ao consumo pirata deve ser maior que o esforço de conscientização.
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''Se a maioria (dos consumidores de produto pirata) é das classes A e B, são pessoas que, teoricamente, têm mais informações e cultura. Elas deveriam saber que se trata de um crime e que estão prejudicando culturalmente o Brasil'', diz Borges. Após uma pausa, ele conclui: ''As pessoas sabem, mas, por incrível que pareça, querem levar vantagem''.
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Fonte: Vermelho.org.br com informações da Folha de S.Paulo

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