Fellipe Redó
BLOG DO CUCA - Para falarmos de trajetória. Você coordenou a 5ª Bienal de Cultura da UNE, no Rio e dirigiu o projeto de cultura da UEE - RJ no último período. O que essas experiências significaram para o trabalho de cultura do movimento estudantil e para você, pessoalmente?
FELLIPE REDÓ - Ter sido coordenador da área de música da V Bienal foi uma das experiências mais enriquecedoras e maravilhosas que tive durante minha militância cultural e estudantil.
Isso porque tive oportunidade de propor e de me expressar na programação cultural, me relacionar com estudantes, artistas e intelectuais do meio. E principalmente, ao final da Bienal durante nossa culturata, retomarmos a sede da UNE. Acho que posso dividir minha vida, sob alguns aspectos, claro, entre antes e depois da retomada do Terreno da UNE. Sou/somos herdeiros e também agentes desse momendo histórico.
Ter sido Diretor de Cultura da UEE/RJ e coordenador do CUCA da UNE / RJ na gestão passada acho que me credenciou e me deu maturidade pra assumir esse novo desafio na UNE.
BLOG DO CUCA - A partir de um amplo processo de consulta pública, o Brasil deve mesmo se acostumar com uma nova regulamentação do financiamento da cultura. A Nova Lei de Fomento substitui a Lei Rouanet, vigente desde 1991. A quem essa Nova Lei beneficia e de que lado a UNE está?
FELLIPE REDÓ - É preciso que se diga que o financiamento via isenção fiscal ( modelo Rouanet) não deixará de acontecer. Porém, esta não será a única forma e critério de financiamento como é mojoritariamente hoje. A UNE deve estar do lado do fortalecimento do Fundo Nacional de Cultura - FNC pela consolidação das Políticas Públicas de Cultura, a exemplo dos Pontos de Cultura e o programa Cultura Viva.
É claro que existem vários interesses e conflitos em torno da Nova Lei, e que a UNE se movimentará no sentido de pressionar o Congresso Nacional, onde a lei será votada em breve, para a aprovação destas bandeiras que fortaleçam a democratização dos produtos e bens culturais.
BLOG DO CUCA - A UNE participa do programa Cultura Viva do MinC, com 10 pontos de cultura. Esse programa gerou um movimento social em torno da cultura, que reúne seus fóruns regularmente, discute suas pautas, elege sua coordenação, etc. Que balanço você faz sobre a participação do CUCA da UNE no movimento dos pontos de cultura e com que perspectiva o CUCA deve atuar nessa rede, no próximo período?
FELLIPE REDÓ - Os CUCAs têm participado ativamente da construção dessa rede cultural e marcando presença nos fóruns e encontros como é o caso da TEIA 2007 e 2008, indicando, inclusive seus representantes junto ao Fórum Nacional como é o caso do nosso coordenador nacional Alexandre Santini.
Acho que o CUCA deverá cada vez mais se enraizar nessa rede, propondo novos pontos de cultura e fortalecendo o que é fundamental no meio cultural e artístico de nosso País que é o debate em torno de um movimento social/cultural articulado em torno de bandeiras comuns aos movimentos.
BLOG DO CUCA - Redó, a UNE é apoiadora de uma série de medidas democratizadoras do campo da cultura como o próprio programa Cultura Viva, a Nova Lei de Fometo e a mais recente lei, que insitui o vale-cultura. Teve quem se opôs a essas medidas, como ainda têm. Esse ano acontece a primeira Conferência Nacional de Comunicação, que para muitos será o palco do grande debate sobre a democratização dos meios de comunicação. Já têm setores contrários, inclusive boicotando a agenda da conferência. Quem são eles, quais os objetivos e qual será a postura da UNE diante desses setores?
FELLIPE REDÓ - Os inimigos da Comunicação são hoje justamente quem detém os seus grandes veículos de informação, e seus "ex funcionarios" indicados junto ao ministério das comunicações. Para termos uma noção do disparate, apesar de já termos data indicativa para a Conferência, ainda não temos o regulamento para a participação dos movimentos sociais nela.
A UNE acha que o debate em torno da democratização, isso quer dizer novos meios e marcos regulatórios para a fruição da comunicação e da informação, são fundamentais e estratégicos para nossa automia e sentido de cidadania.
BLOG DO CUCA - A UNE já realizou seis edições da sua Bienal de Cultura. Você certamente será o coordenador da sétima. Diante da experiência acumulada nas seis primeiras, o que deve fazer parte do conteúdo da próxima Bienal da UNE. Além disso, o que você destacaria de mais importante do calendário cultural do País e que fará parte da agenda da UNE?
FELLIPE REDÓ - Tenho problematizado bastante sobre a relação desenvolvida entre os artistas, intelectuais e participantes durante nossas Bienais. A forma e o conteúdo são intrínsecos a esse movimento.
Quanto a outra pergunta. Bem, teremos uma agenda cheia nessa gestão e ainda estou na fase de planejamento.
Mas, ressaltaria estes temas anteriormente tratados e o nosso próximo 10° Seminário Nacional dos CUCAs , que acontecerá no Rio de Janerio para o mês de outubro.
Estão todos convidados.
BLOG DO CUCA - Boa sorte para você e para a UNE!
Uma citação que tenho levado adiante; "cabeça nas alturas, pés no chão e mãos à obra. "
De fato vai ser uma grande gestão para a pasta de cultura, e esperamos que para a UNE como um todo. Da parte do Movimento MUDANÇA, somos prontos a construir e colaborar, principalmente com esse debate, que é foco para nós nesses próximos 2 anos. Diretor de luta esse tal de Fellipe Redó... rs Foi um grande companheiro na gestão da UEE-RJ, e agora tenho certeza, ganha todo o Brasil quando ele assume a cultura da UNE.
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